Dermatologia e Ciência
Abra mão de um sistema perverso e abrace a evolução
Por Karin Ricciardi | Arquiteta urbanistaOh fortuna, velut luna
És como a lua
Statu variabilis, semper crescis
Estado variável, sempre crescendo
Aut decrescis, vita detestabilis
Ou decrescendo, vida detestável
Nunc obdurat
Primeiro oprime
Et tunc curat
Depois alivia
Ludo mentis aciem
A mente só por diversão
Egestatem, potestatem
Pobreza, poder
Dissolvit ut glaciem
Dissolvem como gelo
Sors immanis
Destino monstruoso
Et inanis
E vazio
Rota tu volubilis status malus
Tu, roda da sorte, és malevolente
Vana salus semper dissolubilis
Bondade em vão que sempre leva a nada
Obumbrata
Obscura
Et velata
E velada
Michi quoque niteris nunc per ludum
Também me amaldiçoaste agora - por diversão
Dorsum nudum fero tui sceleris
Trago o dorso nu e entrego à tua perversidade
Sors salutis et virtutis
O destino da saúde e da virtude
Michi nunc contraria
Agora me é contrária
Est affectus
Dá afeto
Et defectus
E tiras
Semper in angaria
mantendo sempre escravizado
Hac in hora, sine mora
Então agora, sem demora
Corde pulsum tangite
Tange a corda vibrante
Quod per sortem sternit fortem
Porque a sorte extermina o forte
Mecum omnes plangite
Chorais todos comigo
Nada me tocou tanto na adolescência como a música acima, descrevendo uma faceta, que nessa fase aprendi sobre a humanidade. Sua letra descreve as misérias que causamos uns aos outros, apenas com a finalidade de acumular pequenos poderes.
Apesar de vivermos em um planeta de abundância, o ar que respiramos, a energia solar que transforma a superfície, a água e o carbono são os elementos mais abundantes das crosta, fomos capazes de estabelecer o regime de escassez através do controle de recursos com o intuito de controlar o próximo. Esse controle é o poder.
Ao criarmos uma sociedade de controladores e controlados, criamos um sistema perverso que se retro alimenta, onde pessoas em busca do conforto ou desejo de liberdade, chegarão ao elementar raciocínio que a única forma de obtê-la, é tornando-se um controlador.
Poder traz conforto, mas nunca liberdade. Afinal, sua manutenção nos escraviza tanto quanto o controlado. Muitos julgam que sem essa “organização” não existiria sociedade, onde os fortes comandam e os frágeis conformam. Questiono. Pois a liderança natural ocorre das pessoas que admiramos, e que nos são exemplares em nossas buscas individuais, sem precisar ser imposta. Logo, é inevitável questionar a necessidade de causar escassez ao próximo, disseminando a miséria cuja única finalidade é acumular poder, ignorando a lição de abundância que o planeta nos dá.
A vida neste planeta apenas existe, sobrevive e se supera em busca da condição de abundância, nunca de escassez. E escassez gera somente extinção. A guerra é uma forma de extinção, junto com a fome e a doença.
Novo momento, novas possibilidades
O desenvolvimento tecnológico e a educação já demonstraram que podemos escolher um outro caminho. Não necessitamos mais explorar o meio ambiente em busca de energia, mas sim buscar formas eficientes em obter energia limpa. Não necessitamos desenvolver sistemas de escravidão para realizar grandes feitos, podemos sensibilizar e educar pessoas que saibam decidir e escolher melhor.
Não necessitamos mais realizar os testes em animais, temos recursos tecnológicos e históricos que os substituem. Não precisamos mais explorar os animais e consumir seu meio natural, pois nossa tecnologia permite o desenvolvimento de máquinas de energia limpa e eficiência superior. Não necessitamos mais causar a miséria alheia para viver em conforto e liberdade. Temos recursos para oferecer conforto e liberdade a todos. Nos falta perceber que, como grupo, podemos ser muito melhor do que fomos até hoje.
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